Milton Santos: Diferenzas entre revisións

xeógrafo brasileiro
Contido eliminado Contido engadido
Komun (conversa | contribucións)
Nova páxina: " '''Milton Almeida dos Santos''' (Brotas de Macaúbas, 3 de maio de 1926 – São Paulo, 24 de junho de 2001) foi un xeógrafo brasileiro. Graduado en Dereito, destacou-se polos s..."
(Sen diferenzas.)

Revisión como estaba o 8 de novembro de 2018 ás 14:14

Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, 3 de maio de 1926 – São Paulo, 24 de junho de 2001) foi un xeógrafo brasileiro. Graduado en Dereito, destacou-se polos seus traballo en diversas áreas da xeografia, en especial nos estudos de urbanización do Terceiro Mundo. Foi un dos grandes nomes da renovación da xeografia no Brasil ocorrida na década de 1970. Tamén se destacou polos seus traballo sobre a globalización nos anos 1990. A obra de Milton Santos caracterizouse por presentar un posicionamento crítico ao sistema capitalista, e seus presupostos teóricos dominantes na xeografia de seu tempo.

Milton Santos gañou o premio Vautrin Lud, en 1994, o de maior prestíxio na área da xeografia. O premio é considerado "o Nobel da xeografia". Milton Santos foi o primeiro e é o único xeógrafo da América Latina en ter gañado o premio em cuestion. Tamén foi agraciado postumamente em 2006 co Premio Anísio Teixeira.

Biografia

Milton Santos naceu no município baiano de Brotas de Macaúbas o 3 de maio de 1926. Ainda crianza, migrou ca súa família para outras cidades baianas, como Ubaitaba, Alcobaça e, posteriormente, Salvador. Em Alcobaça, cos seus pais e os avós maternos (todos profesores de primária), foi alfabetizado e aprendeu álxebra e francés.

Aos 13 anos, Milton daba aulas de matemática no xinásio no que estudava, o Instituto Baiano de Ensino. Aos 15, pasou a aprender Geografia e aos 18 estudou Dereito na Universidade Federal da Bahia, en Salvador. En canto estudante secundário e universitário, marcou presencia na militancia política de esquerda. Formado en Dereito, non deixou de se interesar pola Xeografia, tanto que se presentou a concurso para ser profesor catedrático no Coléxio Municipal de Ilhéus. Alén do maxistério, desenvolveu atividades xornalísticas em Ilhéus, estreitando a sua amizade con políticos de esquerda. Nesta época, escriviu o libro Zona do Cacau, posteriormente incluído na Coleção Brasiliana, xa influenciado pola escola francesa da posguerra.

Entre 1956 e 1958, Milton concluiu o seu doutorado na Universidade de Estrasburgo. Ao regresar ao Brasil, creou o Laboratorio de Xeomorfologia e Estudos Rexionais, mantendo relación cos mestres franceses. Despois do seu doutorado, tivo unha presenza salientábel na vida académica, en atividades tanto xornalísticas coma políticas de Salvador. En1961, viaxa a Cuba, en calidade de editor do xornal A TARDE, coa comitiva de Jânio Quadros, enton eleito Presidente da República. Despois de tomar posesión do cargo, Jânio convídao para ser subxefe da casa civil na Bahia, cargo que exerceu durante o curto mandato do presidente.

En 1963, o governador de Bahia, Lomanto Júnior, nomeouno presidente da Comisión de Planexamento Económico (CPE), cargo que deixou no 1964. No tempo que exerceu ese cargo, Milton Santos tratou de temas de política económica e planeamento rexional, a partires dunha perspectiva científica, sen, no entanto, deixar de banda o seu traballo no Laboratorio de Xeomorfologia e Estudos Rexionais.

Exílio

Em 1964, logo após o golpe militar, Milton foi preso e enviado para o 19º BC, no Cabula, onde parte de sua equipe do laboratório e seus amigos iam diariamente visitá-lo. Em junho, na véspera de São João, devido a um inicio de derrame, foi levado ao hospital e depois solto. Nessa época, já recebera convites para trabalhar em universidades francesas mas estava impedido de deixar o país. Importantes personalidades locais, sobretudo o cônsul da França na Bahia, Raymond Van der Haegen, intervieram junto às autoridades militares locais para negociar sua saída do país, após ter cumprido meio ano de prisão domiciliar. Assim, em dezembro, deixou o Brasil, partindo para a França, a convite da Universidade de Toulouse-Le Mirail (atual Universidade Toulouse - Jean Jaurès). Mais tarde, pela mesma universidade, receberia o título de Doutor Honoris Causa, o primeiro dos 20 que recebeu ao longo de sua vida. Milton achou que ficaria fora do país por seis meses, mas acabou ficando 13 anos.

De Toulouse, onde ficou por três anos, Milton Santos fixa-se em Bordeaux. Lá, entre os seus alunos, encontra Marie Hélène Tiercelin, que mais tarde viria a ser sua mulher, nos últimos quase trinta anos de sua vida e mãe de seu segundo filho, Rafael, nascido em 1977. De Bordeaux, onde fica durante um ano, segue para Paris, em 1968. Na capital francesa, leciona na Sorbonne e trabalha como diretor de pesquisas em planejamento urbano no Institut d'Étude du Développement Économique et Social (IEDES).

Permanece em Paris até 1971, quando se transfere para o Canadá, para trabalhar na Universidade de Toronto. Foi para os Estados Unidos, com um convite para ser pesquisador no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalha com Noam Chomsky. No MIT prepara sua grande obra, O Espaço Dividido. Dos EUA viaja para a Venezuela, onde atua como diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização do país para um programa da ONU. Neste país manteve contato com técnicos da Organização dos Estados Americanos, o que facilitou sua contratação pela Faculdade de Engenharia de Lima, onde foi contratado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na América Latina.

Posteriormente, foi convidado para lecionar no University College London , mas o convite ficou apenas na tentativa, já que lhe impuseram dificuldades raciais. Regressa a Paris, mas é chamado de volta à Venezuela, onde leciona na Faculdade de Economia da Universidade Central. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação em Geografia da Universidade de Dar es Salaam. Permanece por dois anos no país, quando recebe o primeiro convite de uma universidade brasileira - a Universidade de Campinas. Antes disso, regressa à Venezuela, passando antes pela Universidade Colúmbia de Nova Iorque.

Retorno ao Brasil

Ao final de 1976, houbo contatos para a contratación de Milton por parte da universidade brasileira, mas non habia seguridade abondo na área política, e o contato fracasou. En 1977, Milton tenta inscrivirse na Universidade da Bahia, mas, por manganchas político-administrativas, a súa inscrición foi cancelada. Ao regresar da Universidade de Colúmbia, estaria en Nigéria, mas recusou o convite para aceptar un posto coma consultor de planexamento do estado de São Paulo e da Emplasa. Referente ao seu regreso, Milton tiña un gran papel nas mudanzas estruturais do ensino e da pesquisa en Xeografia no Brasil.

Logo do seu regreso ao Brasil, deu clases na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) até 1983. En 1984 foi contratado coma profesor titular polo Departamento de Xeografia da Universidade de São Paulo (USP), onde permaneceu mesmo após a súa estancia.

Milton Santos morreu en São Paulo, no dia 24 de xuño de 2001, aos 75 anos, coma consecuéncia dun cancro de próstata, diagnosticado cerca de sete anos antes.