Virxe María: Diferenzas entre revisións

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Liña 2:
 
[[Ficheiro:Albrecht Dürer 010.jpg|thumb|300px|A Virxe María por Alberto Durero]]
A '''Virxe María''', '''Santa María''' ou simplemente '''María''', é considerada, segundo a tradición [[Cristianismo|cristiá]], a mainai de [[Xesucristo]] e, polo tanto, para a meirande parte dos cristiáns, a mainai de [[Deus]].
 
Segundo os Evanxeos, a Virxe concebiu ó seu fillo Xesús sen intervención de ningún home (de aí o título de "Virxe"); dogmas posteriores da igrexa ([[Inmaculada Concepción]]) definiron que María nacera, a diferenza de tódolos demais humanos, sen o pecado orixinal. Estivo casada, segundo estas mesmas fontes, con [[Xosé de Nazaret]].
Liña 8:
É unha das santas da Igrexa máis veneradas; ten numerosas advocacións (Virxe de Fátima, de Lourdes, etc.). Segundo a [[Igrexa Católica Romana|Igrexa Católica]], ascendeu ó ceo de forma directa ó morrer ([[Ascensión da Virxe]])
[[Ficheiro:Cuntis 01-04.jpg|thumb|left|250px|Coroación da Virxe, na fachada da igrexa de [[Cuntis, Cuntis|Santa María (Cuntis, Pontevedra)]].]]
 
:'''Nota:''' ''Nossa Senhora redirige aqui. Se procura por outros significados, consulte [[Nossa Senhora (desambiguação)]].''
{{Infobox Santos
|nome = Maria de Nazaré
|data_nascimento = Celebra-se a [[8 de Setembro]].
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|data_morte = Celebra-se a [[15 de Agosto]].
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|dia_consagrado = [[1 de Janeiro]]
|venerado_em = [[Igreja Católica]], [[Igreja Ortodoxa]], [[Igreja Anglicana]], [[Islão]].
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|títulos = Santíssima Virgem Maria<br />Theotokos (que significa "Mãe de Deus")
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}}
'''Maria''' (''Μαρία'' transliteração em [[língua grega|grego]] do [[hebraico]] ''Maryam'', ''[[Miriã]]'' ou ''Miriam'' מרים que em hebraico significa "contumácia" ou "rebelião" <ref>{{citar web|url=http://www.biblestudytools.net/Lexicons/Greek/grk.cgi?number=3137
|título=The KJV New Testament Greek Lexicon|publicado=Bible Study Tools|acessodata=[[8 de novembro]] de [[2008]]|língua=inglês}} </ref><ref group=nota>Ex 15:20 - cuja raiz é מרה "rebelde" como em Nm 20:10 traduzido para o latim como Maria. </ref>; a origem é incerta, mas pode ter sido originalmente um nome [[Língua egípcia|egípcio]], provavelmente derivado de ''mry'' ("amada") ou ''mr'' ("amor"),<ref> {{citar web|url=http://www.behindthename.com/php/view.php?name=mary|título=Meaning, Origin and History of the Name Mary|publicado=Behind the Name|acessodata=[[17 de março]] de [[2009]]|língua=inglês}}</ref> no sentido de "senhora amada"; era a mãe de [[Jesus|Jesus de Nazaré]], segundo a [[Bíblia]]. Acredita-se que tenha nascido em [[Jerusalém]] a partir de [[15 a.C.]], para alguns estudiosos teria nascido em [[Nazaré (Israel)|Nazaré]]. A Igreja Católica a denomina também ''[[Co-Redentora]]'' da humanidade. <ref> [http://www.salvemaria.org.br/index.php?system=news&news_id=248&action=read ''Salve Maria'', Aprofundamento Teológico - A Cooperação de Maria na Obra Redentora.]</ref> <ref>[http://www.veritatis.com.br/article/5198 ''Veritatis'', ''Maria Santíssima'']</ref>
 
Alguns autores afirmam que Maria era filha de Eli, mas a genealogia fornecida por [[Evangelho de São Lucas|Lucas]] alista o marido de Maria, [[São José]], como "filho de Eli". A Cyclopædia (Ciclopédia) de M'Clintock e Strong (1881, Vol. III, p.&nbsp;774) diz: "É bem conhecido que os judeus, ao elaborarem suas tabelas genealógicas, levavam em conta apenas os varões, rejeitando o nome da filha quando o sangue do avô era transmitido ao neto por uma filha, e contando o marido desta filha em lugar do filho do avô materno. ({{citar bíblia|livro=Números|capítulo=26|verso=33}}, {{citar bíblia|livro=Números|capítulo=27|verso=4|verso_final=7}})." Possivelmente por este motivo [[Evangelho de São Lucas|Lucas]] diz que José era {{citar bíblia|citação=filho de Eli|livro=Lucas|capítulo=3|verso=23}}.
 
== Vida ==
[[Ficheiro:Alfonso boschi, presentazione di maria al tempio.jpg|200px|thumb|left|Apresentação da Virgem Maria no templo, por [[Alfonso Boschi]], Sec. XVII]]
Segundo uma tradição católica estima-se que a Virgem Maria teria nascido a [[8 de setembro]], num sábado, data em que a Igreja festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à descendência de [[Rei Davi|Davi]] - neste sentido existem relatos de [[Inácio de Antioquia]], [[Santo Irineu]], [[São Justino]] e de [[Tertuliano]] - consta ainda dos "apócrifos" ''Evangelho do nascimento de Maria'' e do ''[[Proto-Evangelho de Tiago|Protoevangelion]]'' e é também de uma antiga tradição que remonta ao [[século II]] que seu pai seria [[São Joaquim (santo)|São Joaquim]], descendente de Davi, e que sua mãe seria [[Santa Ana|Sant'Ana]], da descedência do Sacerdote [[Aarão (Bíblia)|Aarão]].
 
De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido [[apresentação|apresentada]] no [[Templo de Jerusalém]], é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos no serviço do [[Deus|Senhor]], quando então teria morrido seu pai, [[São Joaquim (santo)|São Joaquim]].
[[Ficheiro:Domenico Ghirlandaio 005.jpg|150px|thumb|right|A Visitação a Santa Isabel, [[Domenico Ghirlandaio]], 1491, Museu do Louvre, Paris.]]
Com a morte do pai teria se transferido para [[Nazaré (Israel)|Nazaré]], onde [[São José]] morava. Três anos depois realizar-se-iam os esponsais. Os padres [[bolandistas]], que dirigiram a publicação da [[Acta Sanctorum]] de [[1643]] a [[1794]], supõem em seus estudos que [[São Joaquim (santo)|São Joaquim]] era irmão de [[São José]], o que caracterizaria um caso de [[endogamia]], o que era comum entre os [[judeu]]s.
 
=== Nos Evangelhos ===
O papel que ocupa na [[Bíblia]] é mais discreto se comparados com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela [[virgem]] (em [[língua grega antiga|grego]] παρθένος), quando concebeu Jesus, o [[Filho de Deus]]. Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O [[Evangelho segundo João|Evangelho de João]] menciona que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo [[São João Evangelista|João]] e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova [[Eva]].
 
É dezenove vezes citada no Novo Testamento, entre elas: {{citar bíblia|citação=A virgem engravidará e dará à luz um filho ... Mas [[São José|José]] não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus.|livro=Mateus|capítulo=1|verso=23|verso_final=25}}, "Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. ... será chamado Filho do Altíssimo." Maria pergunta ao anjo Gabriel: "Como acontecerá isso, se sou virgem [literalmente: se não conheço homem]?" O anjo respondeu: {{citar bíblia|citação=O [[Espírito Santo]] virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.|livro=Lucas|capítulo=1|verso=26|verso_final=35}}.
[[Ficheiro:Madonna catacomb.jpg|200px|thumb|left|Maria amamentando o Menino Jesus, [[Século II]], [[Catacumba cristã|Catacumba]] de Priscilla, [[Roma]]]]
 
=== Factos notáveis ===
As passagens onde Maria aparece no [[Novo Testamento]] são:
 
* O aparecimento do arcanjo [[Gabriel]], e anúncio de que seria ela a mãe do Filho de Deus, o prometido Messias (ou Cristo). ({{citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=1|verso=26|verso_final=56}} a {{citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=2|verso=1|verso_final=52}}; compare com {{citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=1|verso=2}}).
 
* A visitação à sua prima Isabel e o ''Magnificat'' (Lc. 1,39-56).
 
* O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos reis magos (Lc. 2,1-20).
 
* A Sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no templo (Lc. 2,22-38).
 
* À procura do Menino-Deus no templo debatendo com os doutores da lei (Lc. 2,41-50).
 
* Meditando sobre todos estes factos (Lc. 2,51).
 
* Nas bodas de Casamento em Caná, na Galiléia. ({{citar bíblia|livro=João|capítulo=2|verso=1|verso_final=11}})
 
* À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que Lhe faz (Lc. 8,19-21) e (Mc. 3, 33-35).
 
* ''Stabat Mater'' - Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo e a este como seu filho (Jo, 19,26-27).
 
* Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das mulheres que estavam reunidas com restantes discípulos no derramamento do [[Espírito Santo]] no [[Pentecostes]] e fundação da Igreja Cristã. ({{citar bíblia|livro=Atos|capítulo=1|verso=14}}; {{citar bíblia|livro=Atos|capítulo=2|verso=1|verso_final=4}})
 
E não há mais nenhuma referência ao seu nome nos restantes livros do Novo Testamento, salvo em Lucas (11, 27-28): ''Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram.''
 
=== Palavras de Maria ===
[[Ficheiro:Mãe de Deus kazan2.jpg|150px|thumb|right|A [[Mãe de Deus de Kazan]], c. 1500, [[Moscou]], [[Rússia]].]]
Nos Evangelhos Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas ao Anjo da Anunciação, o ''Magnificat'' em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de Caná) que a Igreja Católica conserva com todo o valor de um testamento:
 
* Como poderá ser isto, se não conheço varão? (Lc. 1,34).
 
* "Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra (Lc 1:38)
 
* "A minha alma engrandece o Senhor." (Lc. 1,46-55)
 
* "Filho, porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos angustiados." (Lc. 2,48).
 
* "Não têm mais vinho"... (Jo. 2,3).
 
* "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo.2,5).
 
=== Palavras dirigidas a Maria ===
[[Ficheiro:Vladimirskaya.jpg|100px|thumb|left| ''[[Theotokos de Vladimir]]'', Ícone bizantino de Maria.]]
Nos Evangelhos por oito vezes a palavra é dirigida a Maria:
# A saudação do anjo: ''Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo.'' (Lc.1,28).
# O anúncio da Encarnação: ''Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho a quem porás o nome de Jesus''. (Lc. 1,30-33).
# Por obra e graça do Espírito Santo: ''O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do altísimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o que nascer será chamado Santo, Filho de Deus.'' (Lc. 1,35-37).
# Simeão Lhe fala da espada que trespassará o coração: ...''e uma espada trespassará a tua própria alma a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações.'' (Lc. 2,34).
# Isabel ao responder à sua saudação: ''Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!'' (Lc.1, 42-45).
# O Menino-Deus a responde no templo: ''Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?'' (Lc. 2,49)
# Cristo em Caná:''Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. . ''(Jo.2,4)
# Por Cristo na Cruz: Jesus, vendo a sua Mãe e, junto dEla, o discípulo que amava, disse à sua Mãe: ''"Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a levou para sua casa.'' (Jo. 19,26-27).
 
=== As sete dores de Maria ===
A historiagrafia de Maria colhe uma tradição fundada nos evangelhos que venera as Suas ''Sete Dores'', são sete momentos da sua vida em que passou por sofrimento humano notável:
 
* Primeira dor: A profecia de Simeão.
* Segunda dor: A fuga para o Egipto.
* Terceira dor: Jesus perdido no Templo.
* Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho do Calvário.
* Quinta dor: Jesus morre na Cruz.
* Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
* Sétima dor: O corpo de Jesus é sepultado.
 
=== A Dormição ===
Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição [[cristianismo|cristã]] que ela teria morrido (''Dormição da Virgem Maria'') no ano [[42]] d.C. e seu corpo depositado no [[Getsêmani]].
 
Desde os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat. ''dormitáre'', em vez de "morte". Alguns teólogos e mesmo santos da Igreja Católica, por devoção, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria "dormitado" e assim levada aos Céus; outra corrente, diversamente, sustenta que não teria tido este privilégio uma vez que o próprio Jesus passou pela morte.
[[Ficheiro:Duccio di Buoninsegna 046.jpg|250px|left|thumb|A Dormição de Maria, por [[Duccio di Buoninsegna]], 1308, Museo dell'Opera del Duomo, Siena.]]
Na liturgia bizantina a festa da dormição ocorre no dia [[31 de agosto]], é a ''Dormição da SS. Mãe de Deus'', "Kóimesis" em grego e Uspénie em língua eslava eclesiástica, termos que se referem ao ato de dormir. A partir de [[1 de agosto]], na Igreja oriental e bizantina (ortodoxos e greco-católicos) inicia-se a preparação para esta festa. O dia [[15 de agosto]] foi estabelecido pelo imperador Maurício (582-602), do [[Império Romano do Oriente]], mantendo assim uma antiga tradição, no Ocidente foi introduzida pelo [[Papa Sérgio I]]. <ref>[http://www.ecclesia.com.br/ekklisia/biblioteca/liturgia/index.htm Dormição da SSma. Mãe de Deus]</ref>
 
Do ponto de vista oficial do magistério, entretanto, a Igreja Católica, sobre esta matéria, nunca se pronunciou, o que coloca o tema na livre devoção dos fiéis. Reservou-se ao dogma apenas o tema da Assunção em si. Sobre a dormição de Maria, entretanto, [[João Paulo II]] assim se manifestou:
 
:(...) ''O [[Novo Testamento]] não dá nenhuma informação sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz supor que se produziu normalmente, sem nenhum facto digno de menção. Se não tivesse sido assim, como teria podido passar desapercebida essa notícia a seu contemporâneos sem que chegasse, de alguma maneira até nós?''
 
:''No que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem fundadas as opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais importante é investigar a atitude espiritual da Virgem no momento de deixar este mundo. A este propósito, [[São Francisco de Sales]] considera que a morte de Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor. Fala de uma morte "no amor, por causa do amor e por amor" e por isso chega a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor por seu filho [[Jesus]] (Tratado do Amor de Deus, Liv. 7, cc. XIII-XIV).''
 
:''Qualquer que tenha sido o facto orgânico e biológico que, do ponto de vista físico, Lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o trânsito desta vida para a outra foi para Maria um amadurecimento da graça na glória, de modo que nunca melhor que nesse caso a morte pode conceber-se como uma "dormição".'' <ref>[http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1997/documents/hf_jp-ii_aud_25061997_po.html A dormição da Mãe de Deus]. Audiência geral de [[25 de junho]] de [[1997]] de João Paulo II.</ref>
 
== Dogmas ==
{{Artigo principal|[[Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica]]}}
[[Ficheiro:Tizian 041.jpg|right|150px|thumb|Ticiano: [[Assunção de Maria|Assunção]] da Virgem Maria.]]
Segundo a [[doutrina da Igreja Católica]], Maria está associada aos seguintes [[dogmas]] de [[fé]]:
* '''Maternidade Divina''' – Proclamado pelo [[Concílio de Éfeso]] em [[431]], como sendo a "Mãe de Deus" (em grego ''Theotokos'' e em latim ''Mater Dei''): o Concílio de Éfeso proclamou que "se alguém não confessa que o Emmanuel é verdadeiramente Deus, e que por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, já que engendrou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema "(...). Segundo [[São Tomás de Aquino]] "A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita, derivada do bem infinito que é Deus". <ref>São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, q. 25, a. 6.</ref>
* '''Virgindade Perpétua''' - Virgem antes, durante e depois do parto.
* '''Santidade absoluta''' - Cheia de graça (''gratia plena'') por toda a sua existência.
* [[Imaculada Conceição]] – Concebida sem a mancha do [[pecado]] original. O [[Papa Pio IX]], na [[Bula]] ''[[Ineffabilis Deus]]'', fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição, aos [[8 de Dezembro]] de [[1854]].
* [[Assunção de Maria|Assunção aos Céus]] – Refere-se à elevação de Maria em corpo e [[alma]] ao Céu. Este dogma foi proclamado pelo [[Papa Pio XII]] em [[1 de Novembro]] de [[1950]], na encíclica [[Munificentissimus Deus]].
 
As igrejas ortodoxas na sua maioria aceitam estes mesmos dogmas. As confissões protestantes não os aceitam outras mostram-se reticentes sobre o tema.
[[Ficheiro:Diego Velázquez 012.jpg|150px|thumb|left| A coroação da Virgem Maria pela Santíssima Trindade, [[Velasquez]].]]
 
=== Virgindade Perpétua ===
Sobre este tema, especificamente, discorreu na antiguidade, [[Ambrósio de Milão]], por volta do ano 391 ou 392, na obra ''De Institutione Virginis'', em que se ocupa em defender a virgindade perpétua de Maria, contra algumas vozes que se levantavam na época contra esta prerrogativa que Lhe é reconhecida por algumas igrejas cristãs.
 
Sobre a virgindade de Maria, os cristãos [[catolicismo|católicos]], [[protestantismo|protestantes]] e [[ortodoxia|ortodoxos]] crêem que Maria era [[virgindade sagrada|virgem]] quando deu à luz [[Jesus]], mas apenas a Igreja Católica e os ortodoxos crêem que Maria ficou perpetuamente virgem. A tese sobre sua virgindade no [[Nascimento de Jesus|nascimento de Cristo]] está ligada à profecia de {{citar bíblia|livro=Isaías|capítulo=7|verso=14}}.
 
=== Imaculada Conceição ===
{{Artigo principal|[[Imaculada Conceição]]}}
 
Na [[bula]] dogmática ''[[Ineffabilis Deus]]'', foi feita a definição oficial do [[dogma]] da [[Imaculada Conceição]]; nela, em [[8 de dezembro]] de [[1854]] disse Pio IX: ''(...) que a doutrina que defende que a beatíssima Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original desde o primeiro instante da sua concepção, por singular graça de privilégio de Deus omnipotente e em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo salvador do gênero humano, foi revelada por Deus e que, por isso deve ser admitida com fé firme e constante por todos os fiéis.'' <ref>"Dogma da Imaculada Conceição"
[http://www.montfort.org.br/index.php?secao=documentos&subsecao=decretos&artigo=20060220&lang=bra Bula "Ineffabilis Deus"] online, 02/12/2007 às 23:03h.</ref>
 
Em [[8 de setembro]] de [[1953]], [[Papa Pio XII|Pio XII]] através da Carta encíclica [[Fulgens corona]] anunciou a celebração do "''Ano Mariano''" comemorativo do primeiro centenário da definição do dogma da "Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria". Em [[5 de dezembro]] de [[2007]], [[Bento XVI]] fez tornar público decreto que concede [[indulgência]] plenária aos fiéis que cumprirem as condições nele estabelecidas, por ocasião do "''150º. aniversário da manifestação da Beata Virgem Maria na Gruta de Massabielle, próximo a Lourdes''"<ref>"''In occasione del 150° anniversario della manifestazione della Beata Vergine Maria nella Grotta di Massabielle, vicino a Lourdes, è quotidianamente concessa l’Indulgenza plenaria ai fedeli, che, dal giorno 8 Dicembre 2007 fino al giorno 8 Dicembre 2008, piamente e alle condizioni stabilite, visiteranno la Grotta di Massabielle, e, dal 2 all’11 Febbraio 2008, visiteranno, in qualsiasi tempio, oratorio, grotta, o luogo decoroso, l’immagine benedetta della Beata Vergine Maria di Lourdes solennemente esposta alla pubblica venerazione''" {{link|it|http://www.vatican.va/roman_curia/tribunals/apost_penit/documents/rc_trib_appen_doc_20071121_decreto-lourdes_it.html| Decreto de Indulgência Plenária}}</ref>
 
== Títulos ==
A profunda devoção dos católicos por todo o mundo a encobriu de títulos como: [[Nossa Senhora de Nazaré]], [[Nossa Senhora da Conceição Aparecida]], [[Nossa Senhora da Conceição (manifestação)|Nossa Senhora da Conceição]], [[Aparições de Fátima|Nossa Senhora do Rosário]], [[Nossa Senhora de Guadalupe]], [[Nossa Senhora de Lourdes]], [[Nossa Senhora do Perpétuo Socorro]], [[Nossa Senhora do Carmo]] e [[Aparições de Fátima|Nossa Senhora de Fátima]], dentre outros.
 
Na "Ladainha de Nossa Senhora" estão enumerados os títulos com que os católicos a homenageiam numa tradição milenar. O mais recente destes títulos - ''Regina Familiae'', Rainha das Famílias - foi mandado acrescentar pelo [[Papa João Paulo II]] em 1995. Há uma crença geral de que foi ele quem também incorporou à ladainha o título de ''Regina Pacis'' (Rainha da Paz), mas quem o fez foi [[Bento XV]], em 1917, ao mesmo tempo em que pedia para que todos os católicos rezassem pelo fim da [[I Guerra Mundial]].<ref>http://campus.udayton.edu/mary/prayers/litanylor.html</ref>
 
== Padroeira do Brasil ==
[[Ficheiro:NS Aparecida.png|150px|right|thumb|'''[[Nossa Senhora da Conceição Aparecida]]''']]
'''[[Nossa Senhora da Conceição Aparecida|Nossa Senhora Aparecida]]''' ou '''Nossa Senhora da Conceição Aparecida''' é considerada a padroeira do [[Brasil]]. O seu santuário localiza-se em [[Aparecida (São Paulo)|Aparecida]], no atual Estado de [[São Paulo]], e a sua festa é comemorada, anualmente, a [[12 de Outubro]].
 
No [[Brasil]], na [[Revolução de 1930]], o culto a [[Nossa Senhora da Conceição Aparecida]] foi proclamado oficialmente, recebendo ela o título de ''Rainha e Padroeira do Brasil'', na presença de autoridades eclesiásticas e do então presidente [[Getúlio Vargas]]. Para incentivar a sua devoção, na [[década de 1950]], foi inaugurada a [[Rádio Aparecida]], em [[1999]] foi instituída a ''Campanha dos Devotos'' e, no dia [[8 de Setembro]] de [[2005]], inaugurou-se a [[TV Aparecida]].
 
== Padroeira de Portugal ==
Nas [[Cortes de Lisboa de 1645-1646]], em [[25 de Março]] de [[1646]] declarou ''El-Rei'' [[D. João IV]] que tomava a ''Nossa Senhora da Imaculada Conceição'' por padroeira do [[História de Portugal|Reino de Portugal]], prometendo-lhe em seu nome, e dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados de [[ouro]]. Ordenou o mesmo soberano que os estudantes na [[Universidade de Coimbra]], antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
 
D. João IV não foi o primeiro [[Lista de reis de Portugal|monarca português]] que colocou o reino sob a protecção da Virgem Maria, apenas tornou permanente uma devoção a que os reis portugueses recorriam em momentos críticos para o reino: [[João I de Portugal|D. João I]] já tinha deixado nas portas da capital uma inscrição louvando a Virgem, e mandado construir o [[Mosteiro da Batalha|Convento da Batalha]], na [[Batalha (Portugal)|Batalha]], e seu companheiro, [[Nuno Álvares Pereira|D. Nuno Álvares Pereira]], mandado construir o [[Convento do Carmo (Lisboa)|Convento do Carmo]], em Lisboa.
 
== Magistério da Igreja Católica ==
São os seguintes, os principais documentos mariológicos da Igreja promulgados nos últimos cento e cinquenta anos:
 
* [[Papa Leão XIII]]: Encíclicas ''Magnae Dei Matris'', [[1892]], ''Adiutricem populi'', [[1895]], ''Augustissimae Virginis Mariae'', [[1897]].
 
* [[Papa Pio IX]]: Bula dogmática ''[[Ineffabilis Deus]]'', de [[8 de dezembro]] de [[1854]].
 
* [[Papa Pio X]]: Encíclia ''Ad diem illum laetissimum'', [[1904]]
 
* [[Papa Pio XI]]: Encíclica ''Lux veritatis'', [[1931]].
 
* [[Papa Pio XII]]: Constituição Apostólica ''[[Munificentissimus Deus]]'', [[1950]], encíclicas [[Fulgens corona]], [[1953]] e [[Ad Caeli Reginam]], [[1954]].
 
* [[Concílio Vaticano II]], Constituição [[Lumen Gentium]], cap. VIII, [[1964]].
 
* [[Papa Paulo VI]]: Exortações Apostólicas ''Marialis cultus'', [[1974]] e ''Signum magnum'', [[1967]].
 
* [[Papa João Paulo II]]: Encíclica ''[[Redentoris Mater]]'' (1987), Exortação Apostólica ''[[Redentoris custos]]'', [[1989]] e Carta Apostólica ''[[Rosarium Virginis Mariae]]'', (2002).
 
== Representação nas artes ==
A devoção e o culto à Virgem Maria têm sido expresso nas artes em especial na [[arte sacra]] e na arte religios desde os tempos dos [[Padres da Igreja]] até os tempos modernos, ressaltando-se sobre o tema os grandes mestres do [[Renascentismo]] e do [[Barroco]]. No [[barroco mineiro]] as obras do [[Aleijadinho]], tanto os afrescos como as esculturas, são também obras notáveis de representação da Virgem.
 
=== Literatura ===
Muitos autores escreveram sobre Maria e suas virtudes e predicados, dentre eles [[Dante Alighieri]] na sua obra [[A Divina Comédia]]: ''És tão grande, Senhora, e tão poderosa, que quem pretenda alcançar uma graça sem recorrer a ti, deseja o impossível de voar sem asas.'' (Paraíso XXXIII, 13-15). [[Miguel de Cervantes]], em "El licenciado Vidriera"; [[García Lorca]], em "Romancero Gitano"; [[Tagore]], em "La luna nueva" e famoso ainda é o "Poema à Virgem" de [[José de Anchieta]], dentre muitas outras obras literárias e poéticas.
 
=== Escultura ===
São inúmeras as esculturas representando Maria. A sua mais famosa representação é a [[Pietà de Michelangelo]] que se encontra na [[Basílica de São Pedro]] no [[Vaticano]].
 
=== Música ===
As músicas mais conhecidas são as ''[[Ave Maria]]'' de [[Franz Schubert]] e de [[Gounod]], Vários outros compositores escreveram música para o texto da "Ave Maria", entre os quais pode-se citar também [[Giuseppe Verdi]], [[Giacomo Puccini]] e [[Bonaventura Somma]].
 
=== Pintura ===
[[Ficheiro:Leonardo da Vinci 020.jpg|thumb|right|250px| A Virgem, o Menino e Santa Ana, por Leonardo da Vinci, 1510, Museu do Louvre, Paris, França.]]
É grande a quantidade de pinturas contendo cenas da vida da Virgem Maria, grande número delas de pintores europeus do barroco e do renascimento que se encontram principalmente nos museus do Louvre em Paris, do Prado em Madri e do Vaticano, entre essas obras destacam-se as de [[Leonardo da Vinci]], [[Velasquez]], [[Murillo]], [[Francisco de Zurbarán]], [[Tiziano Vecellio]], [[Sandro Botticelli]], [[Bayerischer Meister]], [[Caravaggio]], [[Peter Paul Rubens]], [[Antonello da Messina]], [[Domenico Ghirlandaio]], [[Raffaello Sanzio]], [[Fra Angelico]] e [[El Greco]], dentre vários outros.
 
== No Protestantismo ==
Para os cristãos Luteranos Maria é vista como uma mulher de alto mérito, respeitosa por ter vivido uma vida exemplar segundo os propósitos de Deus, porém, sendo ela cheia da Graça (retomando o significado da palavra "graça" como algo não merecido, dado gratuitamente), era uma mulher comum, escolhida dentre outras para dar à luz ao Messias. Não se acredita, no protestantismo, que Maria seja a Mãe de Deus, no sentido estrito do termo, pois a natureza divina de Cristo é anterior à existência de Maria.
 
Mas se acredita que ele é virgem, pois a própria oração do credo apostólico protestante afirma isso.
 
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== {{Bibliografia}} ==
* AQUINO, São Tomás de. ''Summa Theologiae''.
* DATTLER, Frederico. ''Sinopse dos quatro Evangelhos''. São Paulo: Paulus, 1986. ISBN 85-349-1158-4
* IGLESIAS, Salvador M. ''O Evangelho de Maria''. Tradução de Emérico da Gama. São Paulo: Quadrante, 1991.
* [[John Henry Newman|NEWMAN, John Henry]]. ''Reflexões sobre a Virgem Santíssima''. Tradução de Rodrigo Matsuki. São Paulo: Factash Editora, 2006. ISBN 85-89909-29-8
* OROSCO, Antonio. ''Mirar a María''. Madrid: Rialp, 1992.
* OROZCO, Antonio. ''Mãe de Deus e nossa Mãe''. Iniciação à Mariologia. Lisboa: Diel, 1997. ISBN 972-8040-11-3
* SUÁREZ, Frederico. ''A Virgem Nossa Senhora''. Tradução de Maria Pacheco. São Paulo: Quadrante, 2003. ISBN 85-7465-060-9
* WALSH, William Thomas. ''Nossa Senhora de Fátima''. Tradução e revisão histórica de Emérico da Gama. São Paulo: Quadrante, 1996.
* ZINK, Michel. ''Le jongleur de Notre Dame, contes chrétiens du Moyen Âge''. Éditions de Seuil, 1999. ISBN 85-7465-036-6
 
== {{Ver também}} ==
{{commonscat|Virgin Mary}}
{{wikiquote|Maria (mãe de Jesus)}}
* [[Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica]]
* [[Virgem Maria nos Concílios Ecumênicos]]
* [[Virgem Maria no Código de Direito Canônico]]
* [[Anexo:Títulos de Maria, mãe de Jesus|Lista de nomes de Nossa Senhora]]
* [[Aparições marianas]]
* [[Mariologia]]
* [[Marianismo]]
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{link|es|http://www.enciclopediacatolica.com/v/virgenmaria.htm|A Virgem Maria em Enciclopédia Católica}}
* [http://www.acidigital.com/Maria/ Maria (ACI)]
* [http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_19880325_vergine-maria_po.html A Virgem Maria na formação intelectual e espiritual] - documento da [[Congregação para a Educação Católica]].
* [http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM854105-7823-CASA+DA+VIRGEM+MARIA+VIRA+SANTUARIO+NA+TURQUIA,00.html Vídeo Santuario na Turquia]
 
 
 
 
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